Em cada idade o sono tem características diferentes. O recém-nascido, por exemplo, dorme de dezesseis a vinte horas por dia, enquanto o jovem adulto dorme oito e o idoso apenas seis ou sete horas.
O sono do bebê é mais longo e diferente do sono dos adultos. Os pais costumam notar que seus filhos são ativos e expressivos mesmo quando estão dormindo. Produzem uma variedade de expressões faciais, incluindo sorrisos, caretas e outras. Também fazem ruídos e movimentos. Isso ocorre pois, nos bebês, o processo de inibição das atividades motoras ainda não está amadurecido.
Para a maioria dos pais, um grande marco da infância é a primeira vez que o filho dorme durante uma noite inteira. Em geral, isso não acontece antes dos três meses de idade. Entre três meses e um ano, a criança estabiliza seus hábitos de sono, mas ainda não de forma contínua, pois a maioria costuma acordar pelo menos uma vez, exigindo a atenção dos pais.
Os distúrbios do sono estão às vezes relacionados com angústia de separação (a noite é o momento por excelência no qual, ao acordar, a criança tem consciência de estar sozinha) e/ou como resultado de uma mudança nas circunstâncias da família que submete a criança a uma tensão extra.
Muitas vezes, as crianças apresentam dificuldades para dormir porque tem medo de sonhos maus. Isso está em parte relacionado com a forma como elas se apegam a uma espécie de crença em mágica, realidade e fantasia não estão totalmente diferenciadas nas suas mentes. Muitos contos de fadas são a própria matéria dos pesadelos das crianças.
Algumas técnicas que ajudam a criança dormir:
Estabelecer um ritual associado à hora de ir dormir: dar um copo de leite, vestir o pijama, contar uma história, cantar uma canção de ninar etc...
Deixar acesa uma luz bem fraquinha. Não é raro a criança se sentir abandonada quando não consegue enxergar os objetos familiares no quarto escuro.
Dar para a criança o que os psicólogos chamam de "objeto de transição": um bicho de pelúcia, um travesseiro ou uma fralda. A função do objeto de transição é suavizar o momento de separação dos pais na hora de ir para a cama. Este objeto transmite uma sensação de calor, conforto e segurança.
Não dar achocolatados e refrigerantes antes da criança dormir.
Não ficar disponível demais para a criança durante a noite. Se ela fizer manha ou chorar, espere um pouco antes de entrar no quarto.
A falta de sono em crianças nem sempre causa sonolência durante o dia, podendo apresentar um conjunto de sintomas muito enganador: o de hiperatividade, dificuldade de relacionamento, irritabilidade e agressividade. Em geral, não conseguem se concentrar quando interagem com adultos e na escola.
Quando o distúrbio do sono passa a ser freqüente, prejudicar a dinâmica familiar e resultar nestes sintomas já citados acima, é importante que os pais primeiramente procurem um médico para descartar a possibilidade de qualquer doença orgânica. Sendo esta hipótese descartada, é indicado procurar ajuda de um psicólogo para poder ser trabalhado o fator emocional que está prejudicando o sono da criança.
Dra. Daniela Levy (CRP 06/58195-8)
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